Um breve glossário
Pra começar nossa conversa sobre o nem tão conhecido ~Escopo 3~, é preciso compreender e ter alguns termos na ponta da língua, u-hum:
- Escopos: classificação utilizada para separar as emissões de carbono por origem e responsabilidade.
- GHG Protocol: Greenhouse Gas Protocol é a principal metodologia utilizada internacionalmente para o registro de inventários de emissões.
E qual é a relação entre eles? As emissões médias de uma empresa são calculadas através da análise do impacto climático de suas operações. Porém, alguns (ou muitos) desses dados estão sob controle de terceiros. E é nesse ponto que vamos chegar mais adiante.
Os Escopos
O Escopo 1 considera as emissões diretas das operações controladas exclusivamente pelas empresas, como as liberadas pela frota própria de veículos ou pelos sistemas de ar-condicionado, por exemplo. Já o Escopo 2 inclui as emissões indiretas atribuídas ao consumo de energia elétrica dentro das instituições.
O Escopo 3 representa as emissões indiretas que não fazem parte do Escopo 2 e que não estão sob controle e gestão das marcas, como as emissões decorrentes das atividades dos fornecedores de matéria-prima, deslocamentos de funcionários, transporte de matéria-prima e produtos (quando este serviço é terceirizado), descarte de resíduos, uso dos produtos pelos consumidores e por aí vai.
Os desafios pra fazer essa conta
Em inventários corporativos, por exemplo, os Escopos 1 & 2 são obrigatoriamente relatados, enquanto a inserção do Escopo 3 é apenas recomendada. Isso ocorre para evitar a dupla contagem das emissões (o Escopo 1 de um fornecedor é considerado o Escopo 3 da empresa, por exemplo) e porque acessar, compilar e processar esses dados ainda não é uma tarefa simples e fácil. Espie os principais motivos aqui:
- Algumas empresas são pequenas e não realizam o controle das emissões de gases de efeito estufa (GEE).
- Ausência de levantamento de dados ou de dados sistematizados.
- Falta de interesse ou de conhecimento sobre o tema.
- Uso de insumos importados que seguem outros padrões ou rotulagens climáticas.
- Dificuldade de rastreabilidade das informações.
Ou seja, lidar com emissões que ocorrem da porta pra fora traz uma camada extra de desafios, não é mesmo? A questão é ainda mais séria, pois, pra grande parte da indústria, as emissões indiretas de terceiros representam a maior parcela da liberação de GEE na atmosfera. Em muitos casos as emissões do Escopo 3 representam, pasmem, mais de 90% do total.
Assim, a falta de transparência climática na cadeia de valor dificulta a criação de estratégias de enfrentamento à crise climática.
Como fazemos por aqui
Olhando apenas para o nosso próprio umbigo (de aveia), poderíamos até dizer que as emissões de carbono da Nude (Escopo 1 & Escopo 2) são iguais a zero, como declaramos no Registro Público de Emissões do Programa Brasileiro GHG Protocol.
Porém, parafraseando nosso artigo anterior – O que é meu, é meu. O que é seu, é nosso. Assim, também assumimos a responsabilidade pelas emissões indiretas do Escopo 3 para reforçar a transparência climática & ajudar o consumidor na transição para uma economia de baixo carbono.
Além disso, calculamos a pegada de carbono de todo o nosso portfólio considerando todo o ciclo de vida dos produtos, do ~berço ao túmulo~, da obtenção das matérias-primas aos resíduos gerados no pós-consumo, do grão de aveia à reciclagem da caixinha vazia.
Esses levantamentos nos ajudam a ter um panorama geral de nossas emissões de GEE e entender onde (e com que parceiro) podemos atuar.
Por que colocar uma lupa sobre o Escopo 3?
Analisar detalhadamente o Escopo 3 é uma oportunidade de melhorar processos em cada etapa da cadeia de valor e, consequentemente, reduzir as emissões de carbono na atmosfera. Pode até parecer um bicho de sete cabeças, mas mostramos que é possível, sim.
Do nosso lado, criamos um Plano de Mitigação Climática a partir dessa análise de cada etapa e sub-etapa do ciclo de vida dos nossos produtos (matéria-prima, transporte, produção, uso & pós-uso). Daí surgiu o projeto de agricultura regenerativa, o lançamento do Nude Cereal, o primeiro produto do Brasil a receber o selo de Certificação Produto Upcycled.
E você, acredita que as empresas devem se responsabilizar e atuar nas emissões indiretas que ocorrem na cadeia de valor?
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