O mundo pode estar se invertendo e isso não tem nada a ver com a dimensão alternativa da série Stranger Things. Se ficou confuso, a gente te explica. Há muitas décadas o Norte Global é reconhecido como o centro econômico, político e tecnológico do mundo. Ou seja, as principais decisões sobre o futuro do planeta estariam sendo tomadas pelo grupo formado pelos países mais ricos. E se o jogo virasse e o protagonismo fosse do Sul Global?
Longe de nós viver em Nárnia, mas já há indícios de que as coisas estão começando a mudar. Em meio a conflitos, polarizações políticas e eventos climáticos extremos, os Estados Unidos, por exemplo, têm pisado no freio nas ações de ESG ou ambiental, social e governança, em bom português. Mas não somente eles. Recentemente na Europa, conhecida por seu protagonismo nos movimentos regulatórios ambientais, a Comissão Europeia abandonou oficialmente a criação de regras pra proteger os consumidores e coibir a prática do greenwashing.
Lógico que isso não quer dizer que a pauta climática ficou de escanteio por lá, afinal, a Semana do Clima de Londres acabou de rolar e a de Nova York foi confirmada para o fim de setembro. A ideia aqui é mostrar que muitas soluções estão sendo desenvolvidas em nações (e cidades) que não fazem parte desse eixo. Iniciativas como plantações sustentáveis estão sendo implementadas nas Filipinas, também tem o reflorestamento de Serra Leoa e projetos de energia limpa na Argentina e no Líbano.
Encontros realizados no Sul Global também são uma amostra de que a Terra está girando e os eixos estão se invertendo (no sentido figurado, tá?). A Jamaica recebeu a 1ª edição do Global Climate Finance Forum para discutir capital privado pra negócios climáticos de pequenas e médias empresas, sem envolver qualquer tipo de filantropia. Ou seja, os países menos ricos não são apenas um território de dificuldades, mas um terreno fértil para a criação e a gestão de soluções.
De coadjuvante a estrela de cinema. A vida presta.
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