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Quem paga a bagunça?

Cobrar de quem polui demais. Um imposto de fronteira pode taxar a indústria pelas emissões excessivas de carbono.

Já faz tempo que a Europa vem lançando medidas para conter a crise climática (alô, Acordo de Paris!), mas a criação de um imposto de fronteira que pretende taxar o  excesso de carbono emitido pela indústria é uma medida inédita no mundo todo — e é claro que a gente torce para essa moda pegar. 

 

Ainda tem muita coisa a ser definida, e as regras começam a valer só em 2026, com esse marco legislativo sendo aplicado em fases, com prazo final até 2034.

 

Índice

 

Como vai funcionar?

Como a UE fica nessa situação?

Vão mesmo reduzir a emissão de CO2?

 

Como vai funcionar?

 

Na primeira etapa, aço, alumínio, cimento, fertilizantes, eletricidade e hidrogênio deverão passar pelo crivo das novas normas de taxação. 

 

Na segunda fase, que começa em 2027, será feita uma revisão do imposto, então outros produtos, como os polímeros (incluindo plásticos), poderão ficar na berlinda.

 

Via de regra, vai funcionar assim: quanto maior for a emissão de carbono envolvida na produção de um bem no país de origem, maior será a taxa cobrada na entrada, encarecendo os itens mais poluentes.

 

E não é só isso. Todas as empresas da UE que importam essas mercadorias serão obrigadas a neutralizar para cobrir as emissões de carbono, com base no volume e na pegada de emissões dos produtos comprados.

 

Como a UE fica nessa situação?

 

A União Europeia pretende estabelecer uma concorrência justa entre as nações que poluem menos e as que têm leis ambientais menos flexíveis. 

 

Errada não está, né? Com muitos países europeus impondo limites às emissões de carbono dentro das próprias fronteiras, tem muita empresa migrando as operações para locais em que não existe ou em que existe

pouca regulação desse tipo. Essa manobra tem até nome: vazamento de carbono, e a gente sabe o problemão que isso gera (u-hum).

 

Vão mesmo reduzir a emissão de CO2?

 

Com o novo imposto, o bloco estima arrecadar o equivalente a US$15,4 bilhões por ano e reduzir as emissões de carbono em 62%, até 2030, em comparação aos níveis de 2005 — ano em que a UE lançou o primeiro mercado de carbono do mundo. Caem os produtos de alto carbono e entram os de baixo carbono para nutrir a Terra com o que há de melhor. 

 

Sim, é a nossa vez de brilhar.

 

Mas senta, que lá vem treta (ui): a China, que representa 10% do mercado afetado, já levantou a mão pedindo que o imposto seja reconsiderado. O país argumentou que a taxa viola os princípios do comércio internacional, além de impactar a economia de países em desenvolvimento. E não é só o gigante asiático que está preocupado, já que os Estados Unidos, que ocupam o segundo lugar na lista dos maiores emissores (só perdem para a China mesmo), também estão atentos nesse assunto. 

 

A UE anda fazendo a egípcia para essas reclamações, mas a gente só quis lembrar que as mudanças não vieram sem conflito.

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