Férias, recesso ou feriado, não importa a ocasião, viajar é praticamente uma unanimidade entre os que gostam de pegar a estrada (ou o avião). Se antes tudo exigia um grande planejamento, hoje basta abrir as redes sociais pra se deparar com uma infinidade de destinos virais — além de todos os posts que você salvou pra depois. Mas qual é o impacto desse turismo em massa em locais que não eram (ou sempre foram) alvo de desejo dos viajantes?
Estima-se que no ano passado foram registradas cerca de 1,5 bilhão de chegadas em todo o mundo, um dos maiores volumes de viagens da história. E o grande número de pessoas chegando no mesmo lugar ao mesmo tempo sobrecarrega a infraestrutura até de localidades consideradas “desenvolvidas”. Um exemplo disso é Barcelona, na Espanha, que implementou medidas para reduzir os aluguéis de curto prazo, que inflacionam os preços das moradias. O fenômeno das cidades ocas já foi registrado em Nova York (EUA) e Atenas (Grécia).
Isso vai muito além da questão dos bastões de selfie proibidos nos famosos parques temáticos ou do excesso de drones sobrevoando os céus. Há o aumento da produção de resíduos, do consumo de água e energia elétrica, além da redução de áreas verdes para construção de prédios e estacionamentos. Ah, isso é ainda mais impactante quando ocorre em áreas mais restritas, como a ilha de Maiorca, nas Baleares. Por lá, o esgoto liberado no mar afeta a vida marinha (e os minúsculos fitoplâncton).
Não pensem que esquecemos da nossa velha conhecida pegada de carbono, rs. Estima-se que o turismo no geral seja responsável por entre 8% e 10% das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera. E, pasmem, a pegada aumentou 65% entre os anos de 1995 e 2019, pressionada pelo transporte, principalmente o aéreo. Afinal, quem nunca pegou um voo com escala e conexões em aeroportos cheios? Pensando nisso, Copenhague oferece aluguel de bicicletas de graça pra quem chega à capital dinamarquesa de trem.
Isso que nem falamos das viagens no estilo set-jetting, feitas apenas pra tirar fotos em cenários “icônicos”. Maui, no Havaí, Sicília, na Itália, e Koh Samui, na Tailândia, viram o número de visitantes aumentar até 20% após aparecerem na série “The White Lotus”. Situação semelhante ocorre em Dubrovnik, na Croácia, e Hallstatt, na Áustria, por conta de “Game of Thrones” e do dorama “Valsa da Primavera”.
E como estão as coisas por aqui?
Criamos um Canal de Transmissão no Instagram. Se estiver no celular, clique aqui!