A busca por resultados ~mágicos~, ops, rápidos envolvendo alimentação sempre existiu. Mas tudo indica que estamos vivendo um recorde quando o assunto é saúde, peso e nutrição — cápsulas, aplicativos, suplementos, tratamentos e até acessórios que prometem verdadeiras transformações na forma como as pessoas se relacionam com a comida e o corpo.
Esses lançamentos muitas vezes arrepiam os cabelos dos profissionais de nutrição. Afinal, com tantas promessas por aí, fica cada vez menos sedutor seguir investindo na velha, boa e eficaz ~mudança de hábito~. Aí, como as nutris se mantêm firmes, fortes e relevantes nesse cenário?
As canetas emagrecedoras são a solução?
De fato, as canetas emagrecedoras têm ganhado cada vez mais protagonismo quando o assunto é diabetes e, principalmente, perda de peso. Uma prova disso é que as buscas no Google pelo medicamento já superaram as pesquisas por dietas tradicionais.
O que isso significa? Uma mudança de perspectiva na qual o estilo de vida ~saudável~ pode dar lugar a soluções medicamentosas como semaglutida, liraglutida e tirzepatida, que simulam a ação do hormônio GLP-1, e outros remédios para emagrecer, como orlistate, que impede a absorção da gordura da alimentação, a sibutramina, famoso inibidor de apetite, a naltrexona + bupropiona, que atua na compulsão alimentar, etcetera.
Nem tudo são flores e é preciso ficar de olho
Quem está passando ou já passou por esse tipo de tratamento sabe que ele pode ser acompanhado de alguns efeitos colaterais, u-hum. Pode ser desde a perda de massa muscular (inclusive da face), indisposição, náusea, dor de barriga, alterações de humor, ansiedade e por aí vai.
E os pontos de atenção não param por aí. Por isso, orientação profissional e disciplina são essenciais para que esses resultados sejam efetivos e duradouros. Ou seja, os medicamentos devem ser acompanhados de dieta adequada e atividade física.
E o uso de fitoterápicos e produtos “naturais”?
No Brasil, todos os produtos emagrecedores precisam ter autorização da Anvisa e só podem ser vendidos em drogarias. O registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária garante a segurança e a eficácia das formulações. O órgão já suspendeu a venda de suplementos com efeitos adversos graves e divulgou uma lista de emagrecedores irregulares. Muito do que se vê vendendo por aí tem venda ilegal ou não possui comprovação científica de eficiência.
Agora é a hora da nutricionista brilhar
Considerando tudo o que foi falado nos parágrafos acima, as nutris vão fazer toda a diferença dentro dessa nova realidade. Assim, o primeiro passo é observar essas novidades como ferramentas, e não como soluções definitivas. É preciso entender como elas funcionam, quais as vantagens, aplicações e efeitos colaterais, se informando com materiais técnicos, leituras e cursos. Ir além do que aparece nas redes sociais.
Essas atualizações permitem que a nutrição se mantenha no centro do cuidado, dialogando de forma embasada com pacientes e com outros profissionais da saúde. E isso faz toda diferença. Depois, é necessário reforçar que nenhum protocolo isolado ou tratamento imediato é capaz de substituir o olhar ampliado, técnico e humano que só uma nutri pode oferecer.
Um exemplo disso é o impacto das medicações à base de incretina. Elas não estão apenas reduzindo a ingestão calórica dos pacientes, mas também transformando seus hábitos alimentares em diferentes níveis. Estudos indicam uma tendência à busca por alimentos com maior digestibilidade, além de opções ricas em proteínas e fibras.
É preciso pensar a loooongo prazo
Esse movimento exige da nutrição um olhar ampliado: oferecer alternativas que respeitem preferências individuais, sugerir produtos adequados, propor receitas adaptadas, ajustar quantidades de consumo e ainda promover educação sobre sinais e sintomas relacionados ao uso da medicação, garantindo mais autonomia e bem-estar ao paciente.
Em resumo, o trabalho de manutenção (ou resgate!) entre biologia, comportamento e contexto de vida deve continuar, afinal, ele é a essência do trabalho de uma nutricionista. O que mudou foram as motivações, os obstáculos e as novidades que surgem.
Afinal, um suplemento pode auxiliar numa mudança física, mas não resolve a base da alimentação. Um aplicativo pode colher e organizar dados como ninguém, mas não consegue fazer uma análise subjetiva e eficaz. Esses são territórios onde a nutrição segue insubstituível.
O desafio é grande, mas também cheio de oportunidades. O que mantém a nutrição relevante é justamente essa capacidade de articular ciência, técnica e cuidado humano — construindo um caminho que vai além do atalho.
FAQ:
Qual remédio para emagrecer é bom para perder peso rápido?
Essa é uma questão muito individual. Depende exclusivamente da avaliação médica, saúde geral geral do paciente, estilo de vida e objetivos. Lembrando que qualquer tratamento com medicamentos depende de acompanhamento de um profissional de saúde.
O que fazer para emagrecer 5 kg em 7 dias?
Perder uma grande quantidade de peso em um curto período de tempo pode não ser uma prática saudável nem sustentável a médio e longo prazo. O emagrecimento deve respeitar as particularidades de cada pessoa, sempre acompanhada por orientação de um médico e/ou nutricionista.
Remédio para emagrecer sem receita é seguro?
Nunca! Todos os medicamentos emagrecedores, sejam inibidores de apetite, bloqueadores de gordura ou injetáveis (canetas emagrecedoras) precisam de prescrição médica e acompanhamento contínuo por conta dos riscos envolvidos.
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