Nelson Jr. mais conhecido no mundo do barismo (e pelos amigos) como Yoshi. Nascido e criado na zona leste de São Paulo, ele se prepara para um graaaaande desafio, morar no Japão. Agora, vamos ouvir um pouco mais da história do barista que encerrou a trajetória em território brasileiro no Empírico Café.
Hey, Yoshi que tal contar pra gente um pouco sobre o seu início no café?
Ah, eu tive uma criação em que a gente terminava os estudos e começava a trabalhar. Então, com 18 anos conquistei meu primeiro emprego em abril de 2013 em um café de shopping. Minha ideia era conciliar o trabalho com a faculdade, que acabei nunca começando.
Tá, mas você já conhecia e frequentava essa rede americana de cafeterias?
Não, eu já tinha visto a marca pela internet, no Tumblr, mas nunca havia ido lá. Também não tinha nenhuma ideia de como era trabalhar no setor. Na verdade, eu tinha até pavor de manusear alimentos e bebidas por ser uma grande responsabilidade.
E como foi sua passagem por lá?
Eu acabei rodando por diversas lojas e subindo de cargo até chegar a coordenador de plantão. Também aproveitei para passar pelos treinamentos e encher meu avental de pins. O mais engraçado é que eu nem tomava café, porque me dava dor de barriga, rs.
Agora, nos fale sobre seu primeiro contato com ~leite vegetal~.
Naquela rede, a gente usava uma bebida de soja e eu não gostava, porque ela encobria muito o sabor do café, era muito doce e não vaporizava. Na época, não tínhamos tantas opções. Depois que saí de lá trabalhei em outros lugares, como o Astronauta Café, e fui conhecendo mais ~leites vegetais~, coco, castanha e blends, até chegar no meu preferido, o Nude Barista feito de aveia.
Estamos sabendo que você está de malas prontas pra se mudar pro Japão…
Isso. Conheci minha mulher, Ketyucia Yamashita, que também é barista, enquanto trabalhávamos juntos em uma unidade da The Coffee durante a pandemia (e já dividimos o balcão no The Little Coffee Shop também). Como ela já morou lá e eu sempre quis conhecer o Japão, achamos que seria um bom momento para viver essa experiência.
A ideia de vocês é seguir no barismo no exterior?
Queremos muito, mas sabemos que o idioma pode ser uma barreira. Já estamos estudando o idioma e permanecemos abertos para alguma oportunidade que possa surgir. Sou muito fã do cenário do café especial japonês, das torrefações e, principalmente, dos métodos de extração desenvolvidos por lá.
Antes de pegar o avião, compartilha com a gente sua receita secreta com Nude.
Hmmmm. Tem a ganache que eu fazia no Empírico Café. Sem muito segredo, uma proporção de 1:1 de Nude Barista e o chocolate de sua preferência. Eu gosto do 70%. Aí é levar ao fogo até homogeneizar. Dá pra usar essa ganache em um mocha, um chocolate quente, colocar em um bolo… É muito versátil e acho que vale muito a pena.
Yoshi-san, どうもありがとう!